por Silvio Caccia Bava, em Le Monde Diplomatique Brasil
O que estamos
aprendendo nos dias de hoje é que os Estados não se movem pela defesa dos
direitos humanos. Eles obedecem à lógica do acúmulo e manutenção do poder.
Aprendemos também que as guerras chamadas humanitárias têm muito pouco de
humanitárias.
Sempre é
possível comparar situações semelhantes em contextos diferentes: no caso da
Líbia, por exemplo, as forças da Otan, Estados Unidos à frente, se posicionaram
em apoio à revolução. Aí estava em jogo garantir um futuro governo alinhado com
os interesses ocidentais, garantindo o indispensável fluxo do petróleo para
irrigar suas economias. No caso do Bahrein, algo muito emblemático, as forças
da Liga Árabe que ocuparam o país, sob orientação dos EUA, se posicionaram
contra a revolução e em apoio ao governo ditatorial, mas para quê? De novo,
para garantir o indispensável fluxo do petróleo da região para irrigar suas
economias. E para isso é indispensável garantir também sua posição de força na
região. Dois pesos, duas medidas.