quarta-feira, 15 de outubro de 2014

HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR

De um provérbio coreano: nunca pise nem na sombra de um professor!
Nós professores estamos passando por um profundo processo de precarização fordista. Presos a um modelo educacional que desde as primeiras escolas brasileiras, organizadas pela Companhia de Jesus durante o período colonial, passando pela reforma pombalina, sempre esteve vinculado às necessidades da classe dominante. O resultado é uma falência generalizada da educação, onde sequer o letramento e operações matemáticas básicas são aprendidos pelos alunos. O que dizer então da autonomia, da consciência crítica, da capacidade de alteridade, da ponderação literária, do espírito de coletividade, da formação ética, da vivência cidadã na formação desses alunos? E nós professores damos exemplo de leitura aos nossos discentes? Apresentamos uma visão de mundo na qual subjaz uma sólida formação, ancorada na pesquisa, no debate discursivo, na ponderação e no ato de escrever? A mesma razão objetiva (científica) que nos comanda na gestão das nossas disciplinas também nos orienta na análise do mundo no qual estamos inseridos? Ou as nossas análises e preocupações sociais e humanas reverberam a mais rudimentar e superficial opinião da mídia conservadora e do senso comum?  
Pois bem companheiros, como encarnar uma vida de estudos, pesquisa, reflexão, formação, leitura, aprendizado de idiomas, debates racionais e morais, viagens, ministrando dez, doze ou quinze aulas por dia. Sem contar a corrente eterna de trabalhos, provas, simulados etc a realizar em casa. Quando chegamos a casa, já noite avançada, repousamos o corpo, suspendemos a mente e, ao reiniciar a duríssima jornada no dia seguinte,  inserimo-nos, novamente, na lógica da cadeia infinita das necessidades.
Para concluir, a palavra educar vem do latim educere, da preposição ex-, para fora e do verbo ducere, levar, conduzir e significa, propriamente, conduzir para fora. O educador é aquele que leva os alunos para além dos condicionamentos culturais e históricos impostos pela sociedade.
Aos meus companheiros de escola, a palavra companheiro, do latim cum panis, significa aquele que come do mesmo pão, ou seja, os que estão no mesmo barco, vale a dizer, todos nós professores. É uma belíssima palavra.
De um provérbio coreano: nunca pise nem na sombra de um professor!


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