ALCKMIN TROCOU A LOUSA PELA BOMBA DE GÁS?
Por
Leonardo Sakamoto, em seu blog:
Ao
perceber que lançar bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e spray de pimenta
em adultos já não faz o mesmo efeito em manifestações de rua, o governo de São
Paulo resolveu – baseado nas mais recentes metodologias educacionais –
antecipar o processo de “educação para a cidadania''.
Por
isso, a polícia militar está usando o mesmo armamento em atos com crianças e
adolescentes que – em protesto contra o projeto que prevê o fechamento de
escolas e a realocação forçada de alunos – estão ocupando ruas e unidades de
ensino. Ou seja, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma ação
truculenta do governo. Pelo contrário: o uso de bombas é mais uma etapa do
planejamento da Secretaria de Educação para economizar dinheiro público.
Primeiro, veio o anúncio do fechamento de escolas
para reorganizar o sistema e, quiçá, terceirizar sua gestão no futuro.
Agora,
inicia-se o condicionamento dos cidadãos, desde a mais tenra idade, para que
temam seu governo ao invés de respeitá-lo. Isso vai gerar imensa economia
futura na renovação dos estoques de bombas de fragmentação, gás lacrimogênio,
spray de pimenta e balas de borracha. Isso sem contar, as possibilidades de
lucros ao ter uma população que diga “sim'' para tudo e encare o mundo de forma
bovina – com todo o respeito aos bois e vacas, claro.
Afinal
de contas, um adolescente que fique intoxicado com gás hoje, tossindo e
vomitando os bofes, vai pensar duas vezes antes de ser um “subversivo'' amanhã.
Vai ser um bom cidadão, aceitando as políticas e comprando produtos com um
sorriso no rosto.
As
bombas que voam hoje nos céus paulistanos garantem que este adolescente
aprenderá várias lições preciosas:
Ir
para a rua protestar é crime. Exigir educação de qualidade é crime. Querer
participar das decisões sobre políticas públicas é crime. Questionar seu
governo é crime. Gravar ações policiais em manifestações com o celular é crime.
Não conhecer e respeitar o seu lugar na sociedade é crime. Pedir diálogo real
(e não o simulacro oferecido pelo governo, que não aceita discutir seu projeto)
é crime. Achar que educação, mais do que repetir palavras, é estar pronto para
colocar em xeque a estrutura do próprio país é crime.
E, se aprender essas lições com cuidado e sabedoria, poderá passar para o próximo ciclo e compreender que ser pobre, negro e periférico também é crime por aqui.
E, se aprender essas lições com cuidado e sabedoria, poderá passar para o próximo ciclo e compreender que ser pobre, negro e periférico também é crime por aqui.
Professor, gostaria muito que o senhor atualizasse o blog com mais frequência e, se possível, postasse as vezes textos de sua autoria. Agradecido desde já.
ResponderExcluirProfessor, atualize o site!!
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