TESTE DO PESCOÇO
1. Andando
pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros (as)
são balconistas.
2. Vá a
quaisquer escolas particulares, sobretudo as mais caras, como Objetivo
ou Dante Alighieri, espiche o pescoço para dentro das salas e conte
quantos alunos negros há. Aproveite e conte quantos professores são
negros e quantos negros estão varrendo o chão.
3. Vá a
hospitais como o Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos
pacientes são negros. Gire o pescoço e conte quantos médicos negros há.
Aproveite para espichar bem o seu pescoço nos corredores e conte quantos negros
limpam as vidraças ou servem cafezinho.
4. Quando der
uma volta em algum shopping, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos
manequins representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas
de moda, nos comerciais de televisão e conte quantos(as) modelos
negros(as) fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc.
Reflita acerca da alta e baixa estima das crianças negras e brancas.
5. Vá às
universidades públicas, observe nos cursos mais concorridos da USP e UNICAMP,
torça o pescoço a procurar pelos negros e negras. Conte quantos são
professores, alunos e serviçais.
6. Espiche o
pescoço numa reunião de partidos como PSDB ou DEM e conte quantos
políticos são negros desde a fundação. Depois faça uma reflexão a respeito de
alguns partidos serem contra todas as reivindicações das comunidades negras,
sobretudo as Cotas Raciais.
7. Gire o
pescoço 180° durante as passeatas dos médicos que protestam contra os
médicos estrangeiros, e conte quantos médicos(as) negros(as)
marcham.
8. Meta o
pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores e conte
quantos são brancos.
É mais fácil.
9. Gire o
pescoço e procure quantas empregadas domésticas, serviçais, faxineiros,
favelados e mendigos são brancos. Pergunte-se qual a causa dos
descendentes de europeus ou orientais não serem vistos embaixo das pontes, em
favelas, na mendicância ou varrendo o chão. Quando seus ascendentes chegaram ao
Brasil? Quando terminou a Abolição?
10. Espiche
bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros,
depois tire a conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. Gire o
pescoço durante a exibição do programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios
e conte: Quantos empresários são negros?
11. Nos
canais abertos de televisão, gire o pescoço nas programações e conte
quantos apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal, artistas em estado de
estrelato, são negros. Onde as crianças negras se veem representadas?
Pergunte-se se esta espécie de racismo é construtivo para a autoestima dos
pequenos filhos de determinada etnia?
12. Enfie
seu pescoço dentro das instituições bancárias e conte quantos negros são
gerentes, quantos são caixas e quantos são faxineiros.
13. Vá num
dos bairros mais caros de sua cidade, de seu estado, gire seu pescoço
pelas ruas, dentro das casas, no comércio. Quantos negros são moradores?
Quantos são seguranças e empregados domésticos ? Aproveite e torça seu pescoço
nos ‘melhores’ restaurantes, quantos clientes são negros? Aliás, conte
quantos chefs são negros? Pergunte-se a diferença de salários entre um
chef badalado e as cozinheiras negras.
Aplique o
Teste do Pescoço no seu dia a dia, em todos os lugares, tire suas
próprias conclusões. Somos de fato um país pluricultural, uma
‘Democracia Racial’ tratados iguais e com as mesmas chances? Desde quando
existe esta diferença que você viu? Procure na História do seu país, regresse
500 anos e encontre as respostas.
(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2013/08/06/racismo-no-brasil-faca-o-texte-do-pescoco/)
Professor, fui sua aluna no ano de 2014 e me sinto privilegiada por tal. Parabéns pela maneira de lecionar, és um exemplo de como deve ser um professor completo!
ResponderExcluirSucesso!
obs.: divulguei o blog do senhor no meu blog!
http://mente-radioativa.blogspot.com.br/